background image

ELISABETH DOBRZENSKY VON DOBRZENICZ,"IMPERATRIZ 

DO BRASIL" 

Por Victor VILLON  

O SEGREDO DO VITRAL  

Petrópolis  Ã©  uma  aprazível  cidade,  de  clima  ameno,  localizada  nas  serras  próximas  Ã  
cidade  do  Rio  de  Janeiro.  Ali,  o  Imperador,  Dom  Pedro  II  (1825-1891),  repousava  do 
calor  abrasador  dos  verões  da,  então,  capital  do  Império  do  Brasil.  Atualmente, 
Petrópolis  ainda  preserva  bravamente  o  seu  plácido  encanto,  tão  propício  para  a 
serenidade  da  alma,  ainda  que  os  tempos  modernos  tenham  ofuscado  as  suas  glórias 
passadas. Muitos turistas, todos os dias, adentram a Catedral de São Pedro d´Alcântara, 
onde  um  pequeno  e  sóbrio  panteão  guarda  os  restos  mortais  de  Dom  Pedro  II  e  dos 
principais membros da família imperial. Entretanto, há um pequeno detalhe, em um dos 
belos  vitrais,  que  adornam  a  igreja,  que  passa  despercebido  para  quase  todos  os 
visitantes, sejam esses turistas ou moradores da cidade.  

Na parte inferior, de um dos vitrais, vemos dois brasões juntos, lado a lado, e encimados 
pela  coroa  Imperial.  Trata-se  do  brasão  da  família  imperial  do  Brasil  e,  o  outro,  dos 
Condes Dobrzensky von Dobrzenicz. O detalhe poderia ser de pouca importância, mas 
por trás dele há uma história de amor, uma questão dinástica e o reflexo das vicissitudes 
da  história.  Os  dois  brasões  simbolizam  o  enlace  matrimonial  de  Dom  Pedro 
d´Alcântara,  Príncipe  do  Grão  Pará,  e  da  Condessa  Elisabeth  Dobrzensky  von 
Dobrzenicz.  

O PRÃNCIPE DO GRÃO-PARàE SEUS EXÃLIOS  

O  Príncipe  do  Grão  Pará  nascera  em  15  de  outubro  1875,  em  Petrópolis,  era  filho  da 
Princesa  Imperial  do  Brasil,  herdeira  do  trono  dessa  monarquia  tropical,  que  entraria 
para  a  história,  mais  precisamente,  como  a  Princesa  Isabel  (1846-1921).  Nenhum  dos 
filhos  varões  do  Imperador  Dom  Pedro  II  vingara:  Dom  Afonso,  nascido  em  1845, 
morrera  com a idade de  dois anos, Dom Pedro, nascido 1848, morrera com a idade de 
um ano. Como continuadores dos Bragança do Brasil só restavam duas meninas: Isabel 
e Leopoldina (1847-1871). Talvez, a casa de Bragança não tenha sido muito feliz com 
suas  herdeiras  do  sexo  feminino.  Ao  contrário  da  Inglaterra,  que  sempre  teve  grandes 
soberanas.  Primeiramente,  temos  Dona  Maria  I  (1734-1816),  Rainha  de  Portugal, 
mulher extremamente religiosa, que acabou por enlouquecer, vendo o demônio por toda 
parte,  e  ficou  conhecida,  no  Brasil,  como  Dona  Maria  "a  Louca".  A  princesa  Isabel, 
trineta  da  soberana  portuguesa,  era  tão apegada  a  religião quanto  sua  antepassada, 
porém não enlouqueceu, mas também não foi imperatriz, tampouco rainha.  

Mas  antes  de  continuarmos  nossa  explanação,  vem  Ã   baila  o  significado  do  título  de 
"Príncipe do Grão Pará". Segundo a constituição de 1824

1

, que vigorou durante todo o 

império, o herdeiro do imperador portaria o título de "Príncipe Imperial". Por sua vez, o 
filho  primogênito  do  Príncipe  Imperial  receberia  o  título  de  "Príncipe  do  Grão-Pará". 
Grão-Pará era a maior das províncias do Brasil. Essa província ocupava o que seria, em 
nossos  dias,  os  estados  do  Pará,  Amazonas,  Amapá  e  Roraima.  Como  homenagem  a 
essa distante província, denominou-se tal título principesco de "Grão-Pará". Ã‰ provável 
que  a  escolha  tenha  sido  influenciada  pelo  anseio  da  elite  política  de  então.  O  Brasil 

background image

acabara de obter sua independência e era preciso, a todo custo, fabricar uma identidade 
nacional.  A  relação  com  a  natureza  grandiosa  e,  até  mesmo,  paradisíaca  foi  um  dos 
elementos preferidos por essa  geração de  "fundadores do império",  em sua empreitada 
de criação de símbolos identitários. Ora, era, justamente, nas vastidões da Província do 
Grão-Pará  que  corriam  as  caudalosas  Ã¡guas  do  Rio  Amazonas  e  onde,  também, 
triunfava as imensidões verdes da floresta amazônica.  

A  princesa  Isabel  viria  a  se  casar,  em  15  de  outubro  de  1864  com  o  príncipe  francês 
Gaston  d´Orléans,  Conde  d´Eu  (1842-1922),  neto  de  Louis-Philippe  (1773-1850),  Rei 
dos  Franceses.  Isabel  e  Gaston  custaram  para  ter  filhos,  o  que  nesse  caso,  era  muito 
mais  do  que  uma  questão  familiar,  mas,  sobretudo,  uma  questão  de  Estado,  pois  daí 
dependia a sucessão imperial. A aparente infertilidade da princesa herdeira preocupava 
a todos. Foi somente no ano de 1874, que Isabel daria Ã  luz a uma menina, porém, que 
já  nascera  morta.  Mas  no  ano  seguinte,  viria  ao  mundo  Dom  Pedro  d´Alcântara.  A 
gravidez  foi  cheia  de  cuidados,  o  parto  muito  difícil  e,  no  meio  da  aflição  de  todos,  o 
Dr. Depaul, médico francês que viera especialmente para a ocasião, distorceu o braço da 
criança.  Esse  acidente  deixaria  seqüelas;  Dom  Pedro  d´Alcântara  ficaria  com  braço 
atrofiado para o resto da vida. Ao todo teriam três filhos que atingiriam a idade adulta.  

Sobre a infância de Dom Pedro d´Alcântara o historiador americano Roderick Barman 
faz uma análise arguta e muito interessante. Vale a pena citá-la, pois a própria maneira 
como  era  visto  por  seus  pais,  pode  ter  influenciado,  posteriormente,  nas  condições 
impostas  para  que  seu  casamento,  com  a  Condessa  Elisabeth  Dobrzensky,  pudesse 
acontecer.Um  pouco  mais  para  frente  nos  deteremos  nessa  questão,  por  enquanto 
façamos atenção Ã  criação do Príncipe do Grão-Pará:  

À Ã©poca em que a família fixou residência nos arredores de Versalhes, seu filho 
mais  velho,  Pedro  completou  quinze  anos.  Luís  era  dois  anos  mais  novo,  e 
Antônio ou "Totó", como o apelidaram, estava com nove. Os três meninos eram 
muito  diferentes  no  caráter.  Pedro  era  gentil  e  simpático  mas  não  gostava  de 
estudar e, geralmente, se mostrava desajeitado. Luís tinha força de vontade, era 
muito ativo e perspicaz. Em março de 1890, seu pai comentou: "O Bebê Pedro 
sempre  se  destaca  pela  indolência  e  a  inépcia",  ao  passo  que  "Luís  faz 
exatamente  o  mesmo  trabalho  escolar  sozinho,  com  um  prestígio  e  uma 
capacidade  admiráveis".  Ã‰  provável  que  a  facilidade  com  que  Luís  superava  o 
irmão mais velho e a atitude crítica de seus pais tenham tornado Pedro menos 
disposto  a  competir,  inibido  que  era  em  virtude  do  defeito  no  braço  e  na  mão 
esquerdo. 
 

Em 15 de novembro de 1889 Ã© proclamada a república no Brasil, toda a família imperial 
é obrigada a se exilar, primeiro e, por pouco tempo, Portugal. Por fim e definitivamente, 
a França.  

Como bem sabemos, a antiga educação de um príncipe passava pela formação militar. A 
Dom Pedro d´Alcântara, ao atingir a idade de servir o exército, não aconteceu de forma 
diferente.  Entretanto,  apresentava-se  uma  dificuldade,  para  que  o  príncipe  brasileiro 
pudesse integrar uma  academia militar. A lei do  banimento impedia a família imperial 
de  pisar  em  terras  brasileiras,  quanto  mais  servir  o  exército  desse  país.  No  que  dizia 
respeito Ã  França, a república vetava a entrada dos descendentes dos monarcas franceses 
na  carreira  militar,  receosa  que  pudessem  conjurar  contra  o  regime  estabelecido.  Não 

background image

podemos  nos  esquecer  que  Dom  Pedro  d´Alcântara  era  um  verdadeiro  Orléans  por 
linhagem  varonil,  bisneto  de  Louis-Philippe,  o  Ãºltimo  capetíngio  a  cingir  a  coroa 
francesa.  Mas  na  Europa  ainda  havia  um  grande  império,  com  um  velho  monarca, 
católico  e  guardião  das  mais  castiças  tradições  da  realeza.  O  império  era  o  Austro-
Húngaro  e  o  imperador,  obviamente,  era  Franz-Joseph  I  (1830-1916).  Além  disso,  o 
imperador austríaco era  um parente próximo. Dom Pedro  II - o avô do jovem príncipe 
brasileiro  -  era  filho  de  Dona  Leopoldina  (1797-1826),  a  culta  e  inteligente 
arquiduquesa  da  Ãustria,  que  fora  enviada  para  o  distante  Brasil.  Por  conseguinte,  o 
falecido monarca brasileiro era primo-irmão do  Imperador da Ãustria. Como se era de 
esperar, Dom Pedro d´Alcântara pôde cursar a academia militar de Wiener Neustadt.  

Com  toda  certeza,  o  Império  Austro-Húngaro,  nos  alvores  do  século  passado,  não 
poderia deixar ninguém indiferente. Esse era um caldeirão de povos e de efervescência 
cultural, curiosa mescla de espírito de vanguarda com um profundo conservadorismo. Ã‰ 
suficiente  mencionar  que,  ao  mesmo  tempo,  em  que  surgia  Sigmund  Freud  (1856-
1939),  Gustav  Mahler  (1860-1911),  Gustav  Klimt  (1862-1918),  Franz  Kafka  (1883-
1924), o Imperador Francisco-José ainda demonstrava Ã­mpetos de monarca absolutista. 
Ãmpetos não só no Ã¢mbito da política, mas extensivos a sua própria família: proibira o 
casamento  de  Leopold-Ferdinand  (1868-1935)  com  a  Infanta  carlista  Dona  Elvira 
(1871-1929),  expulsara  da  corte  seu  irmão  mais  novo,  Ludwig-Viktor  (1842-1919),  e 
impusera  um  casamento  morganático  ao  seu  sobrinho  e  herdeiro,  Franz-Ferdinand 
(1863-1914),  ainda  que  a  noiva,  Sophie  Chotek  von  Chotkowa  und  Wognin  (1868-
1914),  pertencesse  a  uma  nobre  família  da  Boêmia,  que  remontava  ao  século  XIV. 
Mesmo  que  Dom  Pedro  d´Alcântara  não  tenha  sido  influenciado  diretamente  por  esse 
variado  e  fervilhante  quadro  cultural  e  social  do  Império  Austro-Húngaro  -  hipótese 
que, particularmente, acho um tanto difícil- Ã© inegável que sua estada nessa monarquia 
dual modificaria não só sua vida particular, mas, também, a própria história da dinastia 
brasileira  exilada.  Como  muito  mais  tarde  recordaria  seu  filho  e  herdeiro,  Dom  Pedro 
Gastão  (1913-2007),  a  propósito  desse  período  da  vida  de  seu  pai:  "Passando  de 
guarnição  em  guarnição  através  do  imenso  Império  austro-húngaro,conheceu  gente, 
costumes  e  línguas  diferentes.  Fez  aprendizado  magnífico  no  Império  mais  importante 
da Ã©poca.".

 

Na Academia Militar, Dom Pedro d´Alcântara ficara amigo de quatro irmãos, filhos de 
Johann-Wenzel Barão Dobrzensky von Dobrzenicz (1841-1919). Quando tinha licença 
das suas obrigações militares, não podendo ir para casa, visto que a França estava muito 
distante do Império Austro-Húngaro, aceitava o convite desses irmãos e passava alguns 
dias  no  castelo  da  família  Dobrzensky,  na  região  da  Boêmia,  uma  bela  propriedade, 
localizada  em  Chotebor,  a  aproximadamente  300  km  da  cidade,  onde  se  situava  a 
academia militar de Wiener Neustadt. Foram nessas visitas a Chotebor que Dom Pedro 
d´Alcântara  apaixonara-se  pela  filha  do  Barão  Dobrzensky  von  Dobrzenicz.  Tatava-se 
de Maria Elisabeth Adelhaid, nascida no mesmo castelo em 7 de dezembro de 1875. Em 
abril de 2003, a Condessa de Paris, filha da Condessa Elisabeth Dobrzensky, concedeu-
me, por carta, uma entrevista e assim descreveu a formação de sua mãe:  

A Princesa Elisabeth falava e escrevia em cinco línguas: tcheco, inglês, alemão, 
francês  e  português.  Além  disso,  ela  era  muito  boa  pintora  de  retratos.  Ela 
fizera  seus  estudos  em  Chotebor,  com  diversos  professores  que  residiam  no 
castelo. Ã€s vezes ela se beneficiava, também, com professores de seus irmãos, o 

background image

que não Ã© nada mal. Mais tarde entrou na Academia de Pintura e de Música em 
Munique.3 4 
 

Com toda certeza, o encontro de Dom Pedro d´Alcântara com a jovem e bela Elisabeth 
Dobrzensky, despertou, reciprocamente, um amor intenso e forte. O noivado demoraria 
oito  longos  anos,  pois  os  Condes  d´Eu  colocaram  todos  os  empecilhos  para  que  o 
casamento  se  realizasse.  O  motivo  era  a  diferença  de  nascimento  entre  os  noivos.  Nos 
dias  de  hoje,  em  que  príncipes  herdeiros  desposam  livremente  legítimas  plebéias,  o 
impedimento  apresentado  pelos  Condes  d´Eu  afigura-se  estranho  e  sem  fundamentos. 
Ainda  mais  quando  sabemos  que  os  Dobrzensky  não  eram,  de  forma  alguma,  plebeus. 
Para  espanto  de  todos,  o  Conde  d´Eu  tinha  antepassados  em  comum  com  a  sua  futura 
nora,  através  do  sangue  dos  Kohary  que  herdara  de  sua  avó  materna.  Esses  ancestrais 
em comum eram: Christof-Leopod Conde von Thürheim (1629-1689), Franz Conde von 
Trautsmandorff  (1677-1753),  Maria  Condessa  von  Kaunitz  (1682-1735).

Dom  Pedro 

Gastão  resumiu,  dessa  forma,  a  problemática  do  casamento  de  seus  pais:  Com  trinta  e 
um anos casou. Não com muita satisfação do Conde d´Eu. Meu avô achava que príncipe 
só  podia  casar  com  alteza  real  e  não  gostou  que  papai  se  casasse  por  amor  com  uma 
condessa do Império Austro-Húngaro.

 

DA DISTANTE BOÊMIA AO "IMPÉRIO" DO BRASIL: EIS Ã‰ A QUESTÃO...  

A  primeira  menção  aos  Dobrzensky  data  do  ano  de  1339,  na  pessoa  de  Zdenko  e 
Bohunko Von Dobrzenic senhores do vilarejo de Dobrenice, na região leste da Boêmia, 
que,  atualmente,  situa-se  no  distrito  de  Hradec  Králové.  Não  só  o  patronímico  dos 
Dobrzensky está intimamente ligado ao vilarejo de Dobrenice - topônimo que dá origem 
ao sobrenome - mas também o próprio brasão dessa localidade. Até hoje a cegonha  

figura  tanto  no  brasão  de  Dobrenice,  quanto  naquele  dos  condes  Dobrzensky  von 
Dobrzenicz. Diz a lenda que um jovem membro da família Dobrzensky fora preso pelos 
turcos  e  vendido  como  escravo.  Certo  dia,  vira  uma  revoada  de  cegonhas. 
Imediatamente,  lembrou-se  que,  na  propriedade  de  sua  família,  havia  um  desses 
pássaros, que chamavam de Sotku. Esta cegonha  era muito mansa e, quando alguém o 
chamava,  obedecia  e  vinha  ao  encontro  da  pessoa.  Em  um  impulso,  sem  muita 
explicação,  o  Dobrzenky  resolveu  gritar  pelo  nome  de  Sotku.  Para  sua  surpresa,  uma 
das  cegonhas  veio  em  sua  direção.  Depois  de  tanto  tempo  de  cativeiro,  a  presença 
daquele  pássaro,  tão  familiar,  despertou  grande  júbilo.O  jovem  Dobrzensky  teve  uma 
grande  idéia,  era  a  oportunidade  de  recuperar  a  tão  desejada  liberdade,  retirou  de  uma 
árvore um pedaço de casca, gravou o seu nome e a localização de onde estava. Depois 
amarrou, no pescoço da ave, esse pedido de socorro. A família acreditava que o jovem 
Dobrzensky já estivesse morto, quando seu pai viu o que Sotku trazia, preso ao pescoço, 
ordenou  que  os  criados  levassem,  rapidamente,  o  dinheiro  para  alforriar  seu  filho  do 
jugo  da  escravidão.  Desde  então,  como  agradecimento  ao  pássaro  redentor,  os 
Dobrzensky trazem sobre o seu brasão, paro todo o sempre, a fiel cegonha.  

Os  Dobrzensky  foram  reconhecidos  na  categoria  de  antigos  senhores  da  Boêmia 
(Böhmischer alter Herrenstand) por documento datado de 18 de junho de 1696. Em 21 
de  fevereiro  de1744  Ã©  concedido  o  título  de  "barão"  aos  irmãos  Wenzel  Peter,  Franz 
Karl e Johann Joseph Dobrzensky von Dobrzenicz. Johann Joseph Dobrzensky, trisavô 
da  Condessa  Elisabeth,  assumiria  a  chefia  dessa  Casa  baronial  após  a  morte  de  seu 
irmão  Wenzel  Peter  em  1783.  Em  1906  o  pai  de  Elisabeth  Dobrzensky  ascenderia  ao 

background image

título de "conde" e em 1912 tornar-se-ia Membro Hereditário da Câmara dos Senhores 
d´Ãustria.  Entretanto,  anteriormente,  Anna  Elisabeth  Baronesa  Dobrzensky  von 
Dobrzenicz, de um ramo colateral da família, fora agraciada com o título de "condessa", 
em  1879,  quando  do  noivado  com  o  Príncipe  Friedrich  Wilhelm  zu  Ysenburg  und 
Büdingen.  

A trágica solução, encontrada pelos Condes d´Eu, para o suposto dilema do casamento, 
foi  obrigar  que  o  filho  primogênito,  detentor  dos  direitos  inalienáveis  Ã   sucessão  da 
Casa  Imperial  do  Brasil,  renunciasse.  Passando  por  cima  de  toda  legitimidade 
constitucional  e  jurídica.  Dom  Luis,  o  segundo  filho  dos Condes  d´Eu,  como já vimos 
algumas linhas a cima, desde da mais tenra infância fora considerado como uma criança 
viva e inteligente em comparação com o irmão mais velho. Dom Luis havia encontrado 
uma  noiva  que  correspondia  perfeitamente  Ã s  exigências  dos  pais,  tratava-se  de  Dona 
Maria Pia Princesa das Duas-Sicílias. Sobre o caráter desse príncipe Barman afirma:  

[...]  Luís,  o  irmão  mais  moço  de  Pedro,  era  um  ativista;  ambicioso  e 
voluntarioso,  encarava  o  mundo  como  algo  a  ser  conquistado.  Praticante  de 
alpinismo, escalou o Mont Blanc em 1896. A uma visita ao sul da Ã¡frica, seguiu-
se  uma  longa  ousada  excursão  Ã   Ãsia  Central  e  Ã   Ãndia.  Sobre  essas  três 
experiências ele escreveu e publicou. Era no segundo filho, não em Pedro, que 
D. Isabel e o Conde d´Eu viam a pessoa capaz de manter a causa da monarquia 
no Brasil.

 

O destino de cada um dos filhos já estava decidido pelos Condes d´EU, o que pode ser 
percebido pela própria sucessão de datas: Em 4 de novembro de 1908 Dom Luis se casa 
com  a  princesa  das  Duas-Sicílias,  em  30  de  outubro  Dom  Pedro  d´Alcântara  escreve 
uma  carta  "renúncia"  sem  nenhum  valor  legal,  sem  qualquer  respaldo  na  tradição  da 
Casa de Bragança, por mero e fatídico capricho da Princesa Isabel. Finalmente, depois 
de  anos  de  espera,  no  dia  14  de  novembro  de  1908,  em  Versalhes,  Dom  Pedro 
d´Alcântara casa-se com a Condessa Elisabeth Dobrzensky Von Dobrzenicz.  

A Princesa Isabel assim explicaria a causa da suposta "renúncia" de seu filho mais velho 
a Teresa da Baviera:  

Quero também dar-te a notícia do casamento do nosso filho Pedro. Há mais de 
cinco  anos  que  ele  desejava  este  consórcio  com  a  Condessa  Elisabeth 
Dobrzensky,  de  excelente  família  nobre  e  antiga.  Como  porém  não  era  de 
família  régia,  demoramos  nosso  consentimento  até  que  o  Luís  se  casasse,  e 
agora entendemos dever anuir.

[Os grifos são nossos]  

A "renúncia" foi polêmica. A família imperial não constituíra um governo no exílio, ao 
qual  reconhecesse  oficialmente.  O  que  havia  era  um  Diretório  Monárquico  escolhido, 
sem preencher as necessárias formalidades, como o interlocutor preferido no Brasil para 
tratar  questões  políticas  e  uma  possível  restauração.  Faziam  parte  desse  grupo  figuras 
eminente  do  império  recém  derrubado:  o  Visconde  de  Ouro  Preto  (1837-1912), 
Lafayette Rodrigues Pereira (1834-1917), João Alfredo Corrêa de Oliveira (1835-1919), 
Domingos de Andrade Figueira (1833-1910). Quando a notícia da "renúncia" chegou ao 
Brasil  o  Conselheiro  Andrade  Figueira  não  quis  aceitá-la.  A  Princesa  Isabel,  nem 
sequer,  solicitara  previamente  o  aconselhamento  dos  membros  do  Diretório 

background image

Monárquico.  O  Conselheiro  Corrêa  de  Oliveira  ainda  que  acatando,  sempre  com 
subserviência, as decisões e os fatos deixa transparecer sua sincera opinião:  

Se em vez do fato eu tivesse de considerar o projeto, pediria vênia Ã  V.M.I. para 
insistir  no  meu  parecer  de  se  reservar  qualquer  intento  de  renúncia  para  o 
tempo  da  restauração,  ou  na  sua  iminência  tão  segura  que  não  falhasse, 
ponderando-se  então tudo quanto pudesse influir em ato de tanta gravidade. 

continua: Francamente nunca percebi que uma mudança na ordem de sucessão 
facilitasse  o  restabelecimento  da  monarquia,  nem  que  a  tal  respeito  houvesse 
aqui votos consideráveis e trabalho Ãºtil [...].

9  

Diz-se  que  Dom  Pedro  d´Alcântara  nunca  voltara  atrás  com  a  sua  "renúncia",  tal 
afirmativa  Ã©  só  em  parte  verdadeira,  pois  em  entrevista  de  1937  mostrava  ter  plena 
consciência da invalidade desse documento:  

Quando há muitos anos renunciei ao trono imperial - Disse A. A. - em favor de 
meu irmão o Príncipe D. Luiz, o fiz apenas em  caráter pessoal sem atender as 
determinações  das  Leis  Brasileiras,  sem  prévia  consulta  Ã   nação,  sem  os 
necessários  protocolos  que  precedem  atos  dessa  natureza,  não  foi,  além  disso, 
uma renúncia hereditária. Mas tarde conversando na Europa e durante minhas 
visitas ao Brasil, com alguns monarquistas, verifiquei que minha renúncia não Ã© 
válida  por  muitos  motivos,  além  dos  que  acabo  de  citar.  O  Conselheiro  João 
Alfredo, que detinha em se poder uma cópia autêntica da renúncia, também me 
afirmou idêntico parecer

.

10  

Em 3 de setembro de 1920, o Presidente do Brasil Epitácio Pessoa termina com a lei do 
Banimento  que  impedia  a  família  Imperial  de  entrar  no  Brasil.  Em  1922  a  Condessa 
Elisabeth Dobrzensky vem, pela primeira vez, ao Brasil. A Condessa de Paris conta que 
sua  mãe,  ainda  no  navio,  ao  ver,  de  longe,  a  cidade  de  Salvador  teve  uma  grande 
surpresa,  pois  sempre  sonhara,  desde  sua  infância  nos  confins  da  Boêmia,  com  aquela 
misteriosa  paisagem  que,  agora,  se  fazia  revelar.  Depois  disso,  como  se  o  destino,  já 
estivesse cumprido, Elisabeth Dobrzensky nunca mais sonharia com tal paisagem.  

Dom  Pedro  d´Alcântara  morreu  em  Petrópolis,  no  Palácio  do  Grão-Pará,  em  29  de 
janeiro de 1940. O menino que nascera como herdeiro do imperador do Brasil, expirava 
quando o antigo palácio de veraneio dos avós já havia se tornado o Museu Imperial e o 
Brasil estava em plena ditadura de Getulio Vargas.  

Elisabeth Dobrzensky von Dobrzenicz veio a falecer em Portugal, em Cintra, no dia 11 
de junho de 1951. Sobre a personalidade e os Ãºltimos dias de sua mãe,  a  Condessa de 
Paris nos deixou a seguinte descrição:  

[...]  era  viva,  espontânea,  Ã s  vezes  impertinente,  sempre  corajosa  na 
adversidade e na dor. Sofrendo de um câncer, ela passou os seis Ãºltimos meses 
de  sua  vida  sofrendo  terrivelmente,  mas  nunca  demonstrava  nada. 
Simplesmente,  de  tempos  em  tempos,  víamos  que  ela  encolhia-se  na  cadeira, 
porém, nunca disse nada. Ela foi para cama somente oito dias antes de morrer 
[...] No fundo ela estava muito feliz de partir e reencontrar meu pai no paraíso. 
Era  sua  idéia  fixa  [...],  pois  fora  um  casal  muito  unido.  A  partir  da  morte  de 
papai, ela compartilhava da nossa vida com alegria e gentileza, mas esse câncer 

background image

fora doloroso. Tenho a impressão que para ela a vida sem papai não tinha mais 
interesse. Sua doença foi quase uma libertação.

11  

UMA SIMPLES CARTA E SUA Ã‰POCA  

Nos arquivos do Palácio do Grão-Pará, em Petrópolis, encontramos diversas cartas em 
francês,  escritas,  pela  Condessa  Elisabeth  Dobrzensky  Von  Dobrzenicz.  Estas  são 
direcionadas Ã  Princesa Isabel, sua sogra a quem dirige como mamãe, tratamento esse, 
seguramente,  inserido  dentro  da  etiqueta  da  família.  A  correspondência  tem  início 
pouco  tempo  depois  do  casamento,  sendo  uma  das  primeiras  cartas  datadas  de  3  de 
fevereiro de 1909. A letra de Elisabeth era não muito firme e com contornos elaborados, 
porém,  despojada  da  rigidez  simétrica  da  caligrafia  da  Ã©poca.  Diríamos  que  era  uma 
letra até um tanto desordenada, ao contrário daquela da Condessa Kottulinsky, sua mãe, 
uma  letra  firme  e  de  traços  retos.  As  cartas  dissertam  sobre  temas  extremamente 
cotidianos  e  parecem  ter  sempre  um  pano  de  fundo  tranqüilo,  como  o  de  qualquer 
família da elite dos inícios do século XIX. Acredito que essa parte da correspondência 
ativa da Condessa Elisabeth Dobrzensky aproxima-se mais do silêncio das convenções 
da Ã©poca e do seu meio social, do que das tácitas tensões do interior de qualquer família, 
especialmente, quando pensamos no contexto, no qual a nobre da Boêmia adentrara no 
seio e nos patamares da família imperial do Brasil. O ambiente que vai, pouco a pouco, 
ali surgindo Ã© uma mescla simultânea de burguesia e nobreza. Burguesia pela placidez 
de  um  cotidiano  repleto  de  atividades  agradavelmente  triviais.  Eis  alguns  pequenos 
exemplos, retirados de cartas diversas:  

Minha  tão  cara  mamãe  e  papai,  obrigada  mil  vezes  pelo  gentil  ovo  de  páscoa 
que me deu tanto prazer. "

12

; "Mas o que era mais bonito era o nascer do sol e 

toda  a  natureza  nessas  horas  matinais.  Depois  dormi  até  meio  dia.  Após  o 
almoço, todos os dias, tinha intenção de pintar, havia temas admiráveis. Em vês 
disso, fizeram-me jogar bridge até de noite."

13

; "Se vê que mamãe não para com 

as vendas de caridade.  Espero que isso não seja muito cansativo"

14

; "Eu estou 

pintando  a  filhinha  de  Louise.  Eu  queria  pintar  paisagens,  mas  estou  muito 
preguiçosa  aqui."

15

;  "Nós  continuamos  nossos  trabalhos  de  bordado  e  as 

galinhas  de  mamãe  colocaram  8  ovos  hoje,  ontem  seis.  Mas  elas  estão  muito 
desordenadas e os põem um pouco em todo lugar."

16 

.  

Mas,  por  outro  lado,  as  marcas  de  pertencimento  Ã   nobreza  são  nítidas,  nas  relações 
sociais e nas constantes caçadas, atividade, por excelência, da aristocracia. Reflexos de 
um mundo onde as marcas simbólicas, entre a nobreza e a burguesia, interpenetravam-
se  no  modus  vivendi  de  ambos  os  grupos.  Porém,  a  consciência  e  os  limites  de  cada 
ordem continuavam bem atuantes. A nítida e quase absoluta hierarquia do antigo regime 
há muito se desfizera, mas seus ecos eram perfeitamente audíveis.Vejamos:  

Nós  estamos  ainda  em  Krasne,  nossa  partida  daqui  foi  atrasada,  porque  a 
Princesa de Radziwill, que nós temos a intenção de ir ver na Lituânia, pediu-nos 
que atrasássemos um pouco nossa visita, não estando ela ainda pronta para nos 
receber.

17

; [...]nós passamos uma estada encantadora em Copenhagen, desde o 

primeiro dia Aage, o filho primogênito do príncipe Waldemar incubiu-se de nos 
divertir.

18 

Depois nós tínhamos tomado chá, na casa do Conde Thursa adido da 

embaixada da Ãustria que nós conhecemos, assim como sua mulher

19

.  

background image

Uma das cartas, que mostra perfeitamente esse espírito de nobreza, deve ser mencionada 
integralmente:  

Minha cara mamãe:  

Eu  agradeço  mil  vezes  pelo  cartão  e  pela  carta  aqui  encontradas.  Pedro 
escreveu ontem para papai o que nós fizemos desde Copenhagen, onde eu havia 
enviado uma carta Ã  mamãe no dia de nossa partida. Pensamos em ficar ainda 
alguns dias por aqui, pois fomos convidados por várias pessoas das redondezas 
para  caçadas  e  jantares.  Todo  mundo  Ã©  muito  gentil  e  amável.  Aqui  ontem  Ã  
noite  aconteceu  um  grande  jantar,  ao  qual  vieram  o  Conde  e  a  Condessa 
Westphalen,  que  são  austríacos,  nós  o  conhecemos  da  Ãustria  e  moram  perto 
daqui.  Iremos  domingo  ao  castelo  deles  para  ouvir  missa  e  almoçar.  Estavam 
também o Conde Platen com sua família, o Conde Haka

20

, o Conde Hardenberg, 

todos vizinhos daqui. Por fim o prefeito, que aqui chamam de Landreth, com sua 
mulher.  A  região  Ã©  muito  bonita  -  fazemos  passeios  encantadores  no  lago  de 
Selent e a beira mar. O  tempo está bom e quente, a s arvores estão ainda bem 
verdes. Nós iremos ainda hoje tentar atirar em alguns gamos. Espero que vocês 
partam bem, minha cara mamãe, assim como papai e que em Eu esteja fazendo 
tão bom tempo quanto aqui.  

Pedro e eu beijamos suas mãos as mãos dos caros pais, abraçando ternamente 
minha cara mamãe, sua filha agradecida  

Elsi  

O DESCANSO NO PANTEÃO IMPERIAL  

Indiretamente Elisabeth Dobrzensky Von Dobrzenicz iria marcar para sempre a história 
da Família Imperial Brasileira. Reivindicando uma falsa legalidade da carta renúncia de 
Dom  Pedro  dAlcântara,  os  descendentes  de  seu  irmão,  Dom  Luis,  reivindicam  os 
direitos  sobre  a  herança  dos  Imperadores  do  Brasil,  o  que  desencadeou  uma  questão 
dinástica  e,  por  tal  motivo,  a  divisão  dos  Orléans  e  Bragança  em  dois  ramos.  Os 
descendentes  de  Dom  Pedro  dAlcântara  ficaram  conhecidos  pelo  nome  de  Ramo  de 
Petrópolis e os de Dom Luis como Ramo de Vassouras. Este Ãºltimo ramo, apoiado por 
um  movimento  político  ultra-reacionário  conquistou  a  antipatia  de  grande  parte  da 
opinião pública no plebiscito de 1993 e, atualmente, continua, teimosamente, aferrado a 
ideais  de  uma  monarquia  de  direito  divino.  Os  fundamentos  reivindicatórios  do  Ramo 
de  Vassouras  são  ainda  mais  falaciosos  e  contraditórios,  quando  sabemos  que  a  sua 
sucessão  repousa  em  uma  méssaliance  com  uma  princesa  de  Ligne.  Como  Ã©  público  e 
notório essa família originária da região belga do Hainaut nunca foi considerada régia. Ã‰ 
mais  do  que  suficiente  lembrar  que,  no  Almanaque  de  Gotha,  os  Ligne  figuravam  na 
terceira  parte  e  não  na  primeira,  destinada  as  casas  soberanas  e  sequer  na  segunda, 
consagrada Ã s casas mediatizadas.  

Por  mais  que  pertença  a  alta  nobreza,  de  forma  alguma  pode  ser  considerada  família 
régia
, condição que era imposta pela Princesa Isabel para os casamentos dos herdeiros 
da Casa Imperial do Brasil, conforme trecho, de carta de sua autoria, citado acima.  

background image

Em  contrapartida,  Dom  Pedro  Gastão,  em  seu  Palácio  do  Grão-Pará  em  Petrópolis, 
conseguiu  reinar,  durante  a  segunda  metade  do  século  XX  e,  em  plena  república, 
simbolizou,  como  ninguém,  a  síntese  entre  modernidade,  democracia  e  monarquia.  O 
grande historiador espanhol de famílias reais Juan Balansó bem sintetizou:  

[...]  estou  convencido  de  que  Dom  Pedro  [Gastão]  poderia  ser  um  grande 
imperador constitucional, como foram Pedro I e Pedro II [...].

21  

Talvez  a  prova  mais  contundente  da  legitimidade  dinástica  da  descendência  de  da 
Condessa  Elisabeth  Dobrzensky,  seja  o  local  de  destaque  ocupado  por  aqueles  que 
levam seu sangue nas veias: Dom Pedro Gastão, seu filho, foi casado com a tia do Rei 
de  Espanha;  o  atual  Conde  de  Paris,  Dom  Duarte  Nuno  de  Portugal  e  a  Duquesa 
Consorte de Wurtenberg são seus netos e Alexandre, príncipe herdeiro da Iugoslávia, Ã© 
seu bisneto. No panteão da Catedral de Petrópolis, ao lado de Imperador Dom Pedro II, 
da Imperatriz Dona Tereza Cristina, da Princesa Isabel e do Conde dEu, somente mais 
duas  pessoas  tiveram  a  honra  de  aí  repousar:  Dom  Pedro  dAlcântara  e  Elisabeth 
Condessa Dobrzensky. Diante desta evidência - ainda que a república tenha impedido a 
continuidade da monarquia no Brasil podemos dizer que, por direito (de jure) Elisabeth 
Dobrzensky von Dobrzenicz foi Imperatriz do Brasil.   

Referências: 

Assim dizia o capítulo III, artigo 105, da Contituição do Império do Brasil: O Herdeiro presumptivo do 

Imperio terá o Titulo de "Principe Imperial" e o seu Primogenito o de `Principe do Grão Pará´ todos os 
mais  terão  o  de  "Principes".  O  tratamento  do  Herdeiro  presumptivo  será  o  de  "Alteza  Imperial"  e  o 
mesmo será o do Principe do Grão Pará: os outros Principes terão o Tratamento de Alteza.  

2

  ORLEANS  E  BRAGANÇA:  Centenário  do  príncipe  do  Grão-Pará  in  Revista  do  Instituto  Histórico  e 

Geográfico brasileiro. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa nacional, 1978. Volume 316, julho-
setembro de 1977. (p. 369)  

3

 Condessa de Paris, Isabel de Orléans e Bragança: Entrevista. Texto em francês não impresso, arquivo 

particular Victor Villon.  

4

  A  Condessa  de  Bacelona,  mãe  do  Rei  Juan  Carlos  de  Espanha,  também,  reconhecia  os  talentos 

artísticos  da  Condessa  Dobrzensky:  â€œEm  Paris  tínhamos  muitos  familiares.  Com  quem  mais  nos 
dávamos era com o Tio Pedro de Orléans e Bragança, que era filho de um Orléans, o Conde d´EU e de 
Isabel  de  Bragança,  que  fora  herdeira  do  trono  do  Brasil.  Estava  casado  com  uma  senhora  checa,  a 
Condessa  Elisabeth  Dobrzensky,  a  tia  Elsi,  que  era  uma  artista.  Tocava  muito  bem  piano  e  pintava 
estupendamente.  Viviam  em  uma  magnífica  casa  no  Bois  de  Boulogne  e  tinham  cinco  filhos  [...]â€. 
González de Vega, Javier : Yo, María de Borbón. El País Aguilar (p. 47)  

MONJOUVENT: Philippe de: Le Comte de Paris Duc de France et ses ancêtres. Charenton : Ã‰ditions du 

Chaney, 2000.  

ORLEANS  E  BRAGANÇA:  Centenário  do  príncipe  do  Grão-Pará  in  Revista  do  Instituto  Histórico  e 

Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa nacional, 1978. Volume 316, julho-
setembro de 1977. (p. 369)  

7

 BARMAN, Roderick J. : Princesa Isabel do Brasil: gênero e poder no século XIX. São Paulo: editora da 

Unesp. 2002 p. 300  

8 LACOMBE, Lourenço Luiz: Isabel a Princesa Redentora. [s.d.] (p.275 e 276)  

background image

9 CORRÊA DE OLIVEIRA, João Alfredo: Cartas do Conselheiro João Alfredo Ã  Princesa Isabel in Revista 
do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Transcrição e notas de Pedro Moniz de Aragão. Rio de 
Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1964. Volume 230, julho-setembro, 1963. (p. 374)  

10 Disputa de Príncipes :Diário da Noite 27 de Janeiro de 1936, ano VIII nº 2529. Secessão de 
periódicos da Biblioteca Nacional. Microfilme: PR-SPR 397 Diário da Noite - 2 de Janeiro / 29 de 
Fevereiro.  

11 Condessa de Paris, Isabel de Orléans e Bragança: Entrevista. Texto em francês não impresso, 
arquivo particular Victor Villon.  

12 Eu, 09/03/1909  

13 Graz, 18/09/1909  

14 Chotebor, 25/09/1909  

15 Krasne, 03/10/1909  

16 Eu, 16/02/1911  

17 Krasne,03/10/1909  

18 KjØbenhavn (Copenhagen), 17/10/1910  

19 Idem  

20 A grafia não está perfeitamente legível  

21 BALANSÓ, Juan: La família Real y La família irreal. Barcelona: Editorial Planeta, 1992. p.192  

Victor VILLON Ã© graduado e mestrando em História pela PUC-Rio.  

Astrid BODSTEIN, historiadora e genealogista dinasta, realizou gentilmente a 
pesquisa iconográfica.  

Título original em português: Elisabeth Dobrzensky Von Dobrzenicz, 
"Imperatriz do Brasil"
. Tradução para o inglês de Colin FOULKES.